"Tudo isso é inédito", diz petição contra a lei Duplomb que será analisada em comissão na Assembleia

Os termos desta revisão serão definidos pelo gabinete da comissão na segunda-feira, disse sua presidente, Aurélie Trouvé (LFI).
Podem ocorrer uma ou mais semanas de audiências antes que um relatório seja publicado, incluindo o texto da petição e as atas das discussões do comitê.
Então, “o relatório assim publicado poderá dar lugar a uma terceira etapa, ou seja, a um debate em sessão pública” no hemiciclo, detalhou.
A decisão de incluí-lo na pauta será tomada pela Conferência dos Presidentes, que reúne os presidentes dos grupos políticos, os vice-presidentes da Assembleia e os presidentes das comissões.
"Tudo isso é inédito, (...) nunca tivemos uma petição anterior desse nível", enfatizou a Sra. Trouvé.
Ela reiterou que o debate sobre a petição não levará a uma votação, nem em comissão nem em sessão. Portanto, não abre a possibilidade de reverter as disposições do texto agrícola, aprovado no Parlamento no início de julho com o apoio dos macronistas, do LR e da extrema direita.
"Acredito profundamente que temos tudo a ganhar ao abrir este espaço para debate sobre a lei que votamos, inclusive para melhor explicá-la e defendê-la", declarou a deputada do Rally Nacional, Hélène Laporte, na quarta-feira.
"Esperamos que este debate fortaleça o diálogo entre a ciência, o mundo agrícola, os cidadãos eleitos que somos e nossos concidadãos", também defendeu o deputado do Renascimento, Jean-Luc Fugit.
Vários parlamentares de esquerda relembraram as condições de análise da lei, que havia sido objeto de uma moção preliminar de rejeição por seus defensores para contornar as 3.500 emendas apresentadas.
"A petição contra a chamada lei Duplomb salva a honra daqueles que vivenciaram essa sequência política como uma traição democrática", disse a deputada socialista Mélanie Thomin.
Mas "a petição não pede um debate, mas sim a revogação" da Lei Duplomb, disse a ambientalista Delphine Batho. Um projeto de lei nesse sentido foi apresentado por seu grupo na terça-feira.
Em agosto, o Conselho Constitucional censurou a disposição mais controversa da lei, que previa a reintrodução condicional do acetamiprido, um pesticida da família dos neonicotinoides.
Permanecem medidas relativas a simplificações administrativas concedidas a explorações pecuárias de maior dimensão, ou mesmo à construção de determinadas instalações de armazenamento de água.
Nice Matin